quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Biografia/Bibliografia

                                      


































Breve biobibliografia: 
Sou a Conceição S. R. Orvalho, nasci em Vila Pouca de Aguiar, em Trás-os-Montes. 
Tenho 66 anos, um casal de filhos, duas netas e um neto, que adoro. 
Vivo há muitos anos na linda cidade de Évora, Património Mundial Unesco. Trabalhei durante muitos anos, na biblioteca de uma escola secundária, desta cidade, até me reformar.
Gosto imenso de ler e escrever, principalmente poesia.
Participei nas Coletâneas: “Confissões”. – “Premonições”. – “Obsessões”. – “Poema-me”. – “Sentidos: Sexto Sentido I”. – Editora. – Lua de Marfim.
Nas Coletâneas: “Som de Poetas”. – “A Minha Vida Dava um Filme”. – Editora Papel D’Arroz.
Nas Coletâneas: “Folhas, Brisa e Luz”. – “Gelo, Branco e Natal”. – “Poemário de 2018”. – “Poesia Escondida”. – “Flores, Verde e Borboletas”. – “Perdidamente III”. –
“Areal, Maresia e Concha”. – "Apenas Saudade II”. – “Ei-los Que Partem II”. – Poemário de 2019”. – Pastelaria Studios Editora.
Nas Coletâneas: “Delírios de Verão”. – “Delírios de Outono”. – “Delírios de Inverno”. – “Delírios de Primavera”. – “Flor de Natal”. – “PanDemia Das PaLavras”. –
“POEM’ART Vol. III”. – “O Universo Poético”. – "Letras ao Vento". – "Poemas DiVersos". – "Poesia Pandémica 20-22”. – “Ecos de Liberdade e Paz”. – “Poesia Letra @Letra”. – Edições. – “O Declamador”.
E-book de Poesia: “São Lírios Roxos Com Orvalho”. – Antologia: “Natureza à Escuta II”. – Poemário: “Amália Rodrigues”. – Antologia: “Era Uma Vez...Alentejo”. – Coletânea Poética: “Palavras Solidárias- Ucrânia”. – ICÉ- Instituto Cultural de Évora



  

               
       

                                        
                                                   

                 


                                      








segunda-feira, 13 de abril de 2020

FLOR DE NATAL Vol. II



Coletânea "FLOR DE NATAL Vol. II"

Venho de longe, para lá de Trás-os-Montes...
- Venho de longe, lá da terra, onde a chuva batia de mansinho no vidro da janela, e onde às vezes, de manhã quando acordava, me deparava com uma paisagem deslumbrante, toda coberta por um extenso e lindo manto branco de neve!...
Nos beirais e nos ramos das árvores, existiam pendentes de gelo tão brilhantes, que pareciam cristais, que lá foram colocados de propósito, para embelezarem as nossas ruas e os caminhos!
Depois, quando vinha o sol, os meus irmãos, eu e outros miúdos, saiamos para a rua, para brincarmos, fazendo bonecos de neve, ou batalhas, atirando pequenas bolas de neve uns aos outros, até cairmos em cima da camada branca e fofa, que cobria as nossas ruas, também cobria com o seu manto branco, os telhados e até as árvores que rodeavam a nossa linda aldeia cujo nome Cidadelha, remonta a tempos muito antigos.
 Com o passar dos dias frios de inverno, a neve ia derretendo, transformando-se em gelo, que aproveitávamos para escorregar e continuava a nossa brincadeira, até que derretia, desfazendo-se em pequenas gotas de água, até desaparecer por completo, tal como a neve. Havia locais mais sombrios, onde só a chuva derretia neve, surgindo de novo a verdejante e linda paisagem, daquela pacata aldeia transmontana, cujos habitantes muito se orgulham das suas festas, romarias e tradições ancestrais, que o seu povo continua ainda a manter vivas a cada ano que passa, algumas são próprias desta pequena aldeia, que fica apenas a dois quilómetros de Vila Pouca de Aguiar, sede do Concelho.
O Natal era uma época festiva, de que as crianças gostavam e ainda gostam muito, embora em nossa casa houvessem poucos recursos, pois eramos uma família pobre, formada pelos meus pais, seis filhas e dois filhos.
Havia tradições que se repetiam anualmente, algumas delas vou tentar descrevê-las.
A minha mãe fazia sempre a ceia de Natal tradicional, da qual faziam parte as batatas, bacalhau, couves, cebolas e ovos cozidos e regadas por um bom azeite.
A minha mãe fazia sempre aletria doce polvilhada com canela, e fazia os fritos tradicionais da nossa terra que eram as rabanadas, bolinhos de bacalhau, bolinhos de abóbora e de abóbora gila, que, tal como os restantes legumes e batatas, eramos cultivado por nós, na nossa terra, onde fazíamos agricultura de subsistência e onde começámos todos a trabalhar ainda crianças.
Na véspera de Natal, colocávamos os sapatos junto à lareira, onde os nossos pais, durante a noite, depois de adormecermos, iam colocar um saquinho com confeitos doces e coloridos, figos secos, alguns biscoitos e um pequeno lenço de assoar, com desenhos infantis pintados no tecido, ficávamos todos muito felizes com as prendinhas do Menino Jesus, era isso os nossos pais nos ensinavam, e em que nós acreditávamos.
Ao serão, brincávamos com uma pionita de quatro faces, cada face com uma letra, R de raspa, T de tira, P de põe e D de deixa, onde íamos ganhando ou perdendo os nossos doces, que no final restituíamos aos que perdiam.
O nosso pai era um excelente contador de histórias antigas, e então sentado à lareira, que de inverno estava sempre acesa, e nós, sentados uns ao seu colo, ou agarrados ao seu pescoço e outros à sua volta, ouvíamos com toda a atenção, as histórias ele contava.
 Uma era a história do Dom Caio, eu caio, eu caio; a do João Grilo, pobre grilo onde tu te meteste; a da Raposa e da Cegonha, que se enganaram mutuamente com as papas no prato raso, ou dentro do frasco; a do Touro Azul, um touro mágico amigo da princesa, a quem chamavam, pobre Maria Suja, que era a minha preferida e muitas outras que ele nos contava e que nós adorávamos ouvir.
Quando crescemos passámos a ir ao baile da aldeia, mas infelizmente, fomos perdendo algumas dessas tradições. Há outras, que em nossa casa, não dispensamos, a ceia de Natal mantem-se, só acrescida de polvo cozido, porque o meu filho não gosta de bacalhau, e de um pudim de leite condensado, receita da minha filha, e que todos adoramos.
Tenho muito boas lembranças dos Natais da minha infância, ainda hoje, é a festa anual de que mais gosto, por ser a festa da união da família.
Para festejar o Ano Novo, gostamos de bater tampas de panelas, para espantar o Ano Velho, para o jantar, costumamos fazer petiscos, camarão, sapateira e outros mariscos, saladas de polvo e ovas de bacalhau, comemos vários doces e frutos secos, acompanhados por um bom vinho e champanhe, à meia noite, comemos as doze passas, e pedimos os desejos, para o ano que está a começar e entre abraços e beijinhos, desejamos a todos os familiares e amigos, um Feliz Ano Novo.

Maria da Conceição Saraiva Roxo Orvalho

Link do facebook Delírios O Declamador

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