quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

Pensamento do dia

Pensamento do dia

Será que é hoje,
que o milagre acontece,
que Deus, vai ouvir minha prece,
será que é hoje.

Será que é hoje,
Que vai mudar minha sorte,
que ela já não me foge,
será que é hoje.

Será que é hoje,
que acontece o que espero,
pois ela tem andado longe,
e já estou em desespero.

Será que é hoje,
há que manter a manter a esperança,
pois quem espera, sempre alcança,
sem ser um pontapé na pança,
será que é hoje.

Será que é hoje,
que vou alcançar a vitória,
que a sorte já não me foge,
 será um dia de glória.

Será que é hoje,
que a sorte está a mudar,
que eu vou poder jogar,
é hoje que eu vou ganhar.

Será que é hoje,
tenho que acreditar,
Deus vai-me recompensar
será que é hoje…

terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Os meus poemas, Outono

No outono cai a folha


No outono cai a folha
Da árvore do meu quintal,
E do jardim da minha rua
Cai a folha não faz mal.
No outono cai a folha
Que voa lá pelo céu
Levada pela brisa fresca
Como se fosse um véu
No outono cai a folha
Cuja luz já se perdeu
Pois a cor verde que tinha
Essa já escureceu
Quando surge a primavera
Nasce de novo a folha
Nasce a flor, depois o fruto
E é uma alegria…
No outono cai a folha
Da árvore do meu quintal
E do jardim da minha rua
Cai a folha, não faz mal!

Pensamento do dia

Pensamento do dia
 

Justiça, igualdade
onde pára a justiça
e a igualdade
agora ela é precisa
não basta ter amizade.
É preciso ter esperança
num mundo novo
onde os valores da humanidade
não passem de uma lembrança
um é a liberdade
outro a igualdade
e a fraternidade
não pode ser esquecida
pois estes valores
fazem parte da minha vida
a amizade
e o companheirismo
não é um eufemismo
é a realidade.




Pensamento do dia

Pensamento do dia


Vai-te embora tristeza
em ti não quero pensar
mostra-me a beleza
de um barco a navegar

Vai-te ó melancolia
que sinto no coração
que me deixa noite e dia
em constante aflição

Quero ver a beleza
dum pássaro a voar
com toda a certeza
vou ouvi-lo a chilrear



segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Pensamento do dia


Pensamento do dia


Não é rancor,

 é dor!

é desengano,

não é favor,

é merecido,

para compensar,

todo o labor,

e o empenho,

que tenho

oferecido,

no meu trabalho,

 e não é reconhecido,

por isso,

não é rancor,

é dor!

é desilusão,

o que faz sofrer,

o meu coração,

é a falta de consideração,

por quem é pobre,

e sofre,

é cada dia a passar,

e a não ganhar,

para me sustentar,

é ficar a dever,

sem ter,

 como pagar...

20/06/2017


quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Agrupamento de Escolas Severim de Faria, Évora

Sede: Escola Secundária de Severim de Faria

15-11-1988 / 15-11-2017

E JÁ LÁ VÃO 29 ANOS! 


Trabalho há 29 anos na Escola Secundária Severim de Faria, onde exerço as minhas funções com responsabilidade, honestidade, lealdade e respeito pelo serviço e por todos os utentes, sem qualquer discriminação de raça, cor, religião, ideologia política ou outra.
Durante este período, já fui “Contínua, Auxiliar de Ação Educativa e atualmente sou Assistente Operacional”.
O nome vai mudando conforme a época e o governo, mas as funções são as mesmas ou equivalentes.
Esta escola para além do meu local de trabalho, também tem sido a minha “casa”, onde tenho vivido dias muito felizes, resultado das grandes amizades e companheirismo, que eu tenho tentado preservar ao longo destes 28 anos, mas também tenho passado tempos muito difíceis, quer a nível pessoal, quer profissional, porque a competição entre colegas cada vez é maior, são usados muitas vezes métodos desleais, que servem para desacreditar os colegas, para ver se assim se destacam, e eu já fui muito prejudicada por isso, principalmente com a introdução do método de avaliação por cotas, SIADAP, que veio acentuar as divisões, muitas vezes fomentada por interesses pessoais mesquinhos e muita ganância, difamando os colegas junto do Diretor, para ser premiada.
A maioria das pessoas que compõem os diferentes corpos que fazem parte desta escola, teem contribuído para que eu sinta que faço parte de uma grande “família” a que eu me orgulho de pertencer, sentimento de pertença que eu recebi de todos os meus antigos colegas, quando para cá entrei, legado que também gostaria de ajudar a passar aos mais novos, embora ache que é cada vez mais difícil, pois esta sociedade em que vivemos promove cada vez mais o isolamento, a ambição desmedida, de quem não olha a meios para atingir os seus fins pessoais, não os da nossa comunidade, o que não faz parte da maneira de ser, por causa da educação que recebi dos meus pais, das minhas convicções éticas, políticas, religiosas e profissionais, que tem prejudicado a minha carreira, por isso não sou promovida desde 2002 e não passo do ordenado mínimo nacional que é 557 €.
Nesta data eu sou a funcionária mais antiga da escola, nestes 29 anos de serviço nunca tinha estado um mês inteiro de atestado, sempre pejei pela assiduidade e pela pontualidade, nesta data encontro-me de atestado médico, porque fui submetida a uma cirurgia ao ombro esquerdo, pois há um ano sofria de tendinite agravada por rotura da coifa dos rotadores e calcificação, encontro-me em convalescença e fazendo fisioterapia de recuperação.
O colega Vivas tem mais tempo de serviço que eu, porque exerceu anteriormente funções no Magistério Primário, e quando encerrou, ele foi transferido para esta escola, onde eu já trabalhava.
Sou representante do pessoal não docente, eleita pela terceira vez, no Conselho Geral do Agrupamento de Escolas Severim de Faria de Évora.
Neste dia lembro-me dos antigos colegas que trabalharam nesta escola e que já se reformaram, a todos eles desejo uma vida longa cheia de saúde e bem-estar. Lembro com muita saudade, os (as) colegas e amigos (as), que já partiram deste mundo, e digo-vos que jamais me vou esquecer dos bons tempos que passamos juntos nesta escola, que nesse tempo eramos tão unidos como se fossemos uma grande família.
Entrei para esta escola no dia 15 de novembro de 1988, estavam a decorrer obras de ampliação no edifício, para concluir a construção da ala sul, motivo pelo qual fui contratada, com mais quatro colegas.
Todos eles já deixaram a escola, porque concorreram para outros ministérios, dos cinco só eu me encontro cá a trabalhar.
Na altura em que eles concorreram eu não o podia fazer, porque ainda não tinha as habilitações literárias exigidas e porque sempre gostei muito desta escola e adoro o meu trabalho.
Entrei como contratada a termo certo até junho de 1989, que foi sendo renovado anualmente, até 31 de agosto de 1994, ou seja, estive contratada quase 6 anos, o que na altura era ilegal, porque os contratos a termo certo, não podiam ultrapassar os três anos, sem a respetiva integração no quadro, mas comigo não aconteceu e esse tempo na carreira nunca me foi contado, fui tratada como os restantes concorrente que nunca tinham trabalhado para o Estado.
Tomei posse a 1 de setembro de 1994, data em passei a integrar o Quadro de Vinculação do Distrito de Évora, após concurso com a realização de um exame nacional, que decorreu na Escola Secundária Gabriel Pereira, onde obtive a melhor classificação de entre todos os funcionários da escola que concorreram comigo, a 3.ª melhor de todo o Distrito de Évora, e no 33.º lugar, de entre os muitos milhares de concorrentes a nível nacional.
Pertenço atualmente à Carreira e Categoria de Assistente Operacional, desempenho funções desde 01/09/1994 na biblioteca da Escola Secundária de Severim de Faria, agora sede do agrupamento com o mesmo nome.
Durante estes anos de exercício de funções na escola e na biblioteca, tenho procurado um aperfeiçoamento contínuo das minhas competências, melhorando as habilitações académicas e profissionais.
Concluí o ensino secundário em junho de 2008, na Epral.
Tenho frequentado ações formação de profissional, em diversas áreas, das quais destaco as seguintes:
-  Função Pessoal-Legislação Laboral (Nível III)
-  Sistemas e Periféricos Informáticos;
-  Língua Inglesa- Relações Laborais;
- Curso de Organização e Gestão dos Serviços da Biblioteca;
-  Curso de Biblioteca Escolar- Tratamento Técnico;
-  Curso de Biblioteca Escolar e Sociedade de Informação;
-  Tecnologias de Informação e Comunicação;
-  Saúde e Socorrismo;
-  Auxiliar de Ação Educativa;
Entre outras, que perfazem 526 horas de formação, que teem contribuído para melhoraram a minha capacidade de executar novas tarefas, que aplico diariamente no desempenho das minhas funções, tendo continuamente em vista, a minha progressão e desenvolvimento profissional.

  
Évora, 15 de novembro de 2017

A Assistente Operacional
Maria da Conceição Saraiva Roxo Orvalho

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Natal, Branco e Gelo


Natal, Branco e Gelo

Venho de longe, lá de Trás-os-Montes...

- Venho de longe, lá da terra onde a chuva batia de mansinho no vidro da janela, e onde às vezes, de manhã quando acordava, a paisagem estava coberta por um lindo manto branco de neve fofinha...
Nos beirais e nos ramos das árvores, existiam pendentes de gelo tão brilhantes, que pareciam cristais, que lá foram colocados de propósito, para embelezarem as ruas e os caminhos.

Depois vinha o sol brilhante ia derretendo a neve, com o passar dos dias frios de inverno se ia transformando em gelo, e desfazendo em pequenas gotas de água, até desaparecerem por completo, tal como a neve, mas havia locais mais sombrios, onde só de novo a chuva limpava por completo a neve das ruas e caminhos, surgindo de novo a verdejante e linda paisagem, daquela pacata aldeia transmontana, que muito se orgulha das suas gentes, das suas festas, das suas romarias e tradições ancestrais, que o seu povo continua a manter vivas.

O Natal era uma época festiva, de que as crianças gostavam e ainda gostam muito, embora em nossa casa houvessem poucos recursos, porque era uma família pobre, composta por um casal com seis filhas e dois filhos.
Havia tradições que se repetiam anualmente, algumas delas vou tentar descrevê-las.

A minha mãe fazia sempre a ceia de Natal tradicional, que era batatas, bacalhau, couves, cebolas e ovos tudo cozido e regadas por um bom azeite.
A minha mãe fazia sempre aletria doce, e na véspera fazia os fritos tradicionais da nossa terra que era rabanadas, bolinhos de bacalhau, bolinhos de abóbora e de abóbora gila, que tal como os restantes legumes e batatas era tudo cultivado por nós, na nossa terra, onde fazíamos agricultura de subsistência.
Na véspera de Natal, colocávamos os sapatos junto à lareira onde os nossos pais, durante a noite depois de nós adormecermos, iam colocar um saquinho com confeites doces e coloridos, figos secos, alguns biscoitos e um lenço de assoar com desenhos infantis pintados e nós ficávamos muito felizes com as prendinhas do Menino Jesus, era isso que nos diziam os nossos pais.
Ao serão, brincávamos uns com uma pionita de quatro faces, cada uma com uma letra, R de raspa, T de tira, P de põe e D de deixa, onde íamos ganhando ou perdendo os nossos doces, que no fim restituíamos aos que perdiam.

O nosso pai era um excelente contador de histórias antigas, e então sentava-se à lareira, que de inverno estava sempre acesa, e nós sentávamo-nos uns ao colo, outros agarrados ao seu pescoço e outros à sua volta, e aí ele contava a história do Dom Caio, eu cai, eu cai, a da João Grilo, pobre grilo onde tu te meteste, a da Raposa e da Cegonha, que se enganaram mutuamente com as papas no prato raso ou dentro do frasco, a do Touro Azul, um touro mágico amigo da princesa, pobre Maria Suja, que era a minha preferida e muitas outras que ele nos contava e que nós adorava-mos ouvir.
Quando crescemos passámos a querer ir ao baile da aldeia, e fomos perdendo algumas dessas tradições.

Há algumas de que em nossa casa não dispensamos, que são a ceia mantem-se, só acrescentamos o polvo cozido porque o meu filho não gosta de bacalhau, e acrescentamos um pudim de leite condensado, receita da minha filha e de que todos gostamos muito. Tenho muito boas lembranças dos Natais da minha infância, ainda hoje é a festa anual de que mais gosto, porque é a festa da família.


Évora, 09 de Outubro de 2017

Maria da Conceição Saraiva Roxo Orvalho
Breves dados biográficos:
Sou natural de Vila Pouca de Aguiar em Trás-os-Montes. Tenho um casal de filhos, duas netas e um neto, que adoro. Vivo há muitos anos na linda cidade de Évora, Património Mundial da Unesco. Trabalho na biblioteca de uma escola secundária da cidade. 
Já participei nas Coletâneas da Editora Lua de Marfim: “Confissões, Premonições, Obsessões, Poema-me e Sentidos: Sexto Sentido I”. Participei também com 2 poemas, na Coletânea “Som de Poetas”, e em A Minha Vida Dava um Filme, da Editora Papel D’Arroz.

quinta-feira, 20 de julho de 2017

Contos ao Serão



Estes são alguns dos contos que o meu pai nos contava ao serão!

História do João Grilo/ Contos ao Serão


         História do João Grilo/ Contos ao Serão

O meu pai contava "O João Grilo, O Touro Azul" e outros contos, aos seus oito filhos ao serão, junto à lareira, na nossa terra em Trás-os-Montes, também os contava aos antigos militares(magalas)nas muitas viagens de comboio, que fazia entre Évora e a nossa terra, Vila Pouca de Aguiar.
Esta é uma singela homenagem póstuma, que eu lhe quero aqui fazer, com um beijinho e muitas saudades.

"História do João Grilo"
Havia um homem que era carvoeiro, e  não gostando daquela vida, meteu-se a ser adivinhão.
Foi ter à corte do rei, e disse que tinha o ofício de adivinhar.
Ora na corte tinha-se feito por aqueles dias um grande roubo, e o rei queria descobrir os criminosos: mandou vir o João Grilo à sua presença, e perguntou-lhe quanto queria para adivinhar quem eram os ladrões do palácio.
O João Grilo respondeu-lhe que queria que o rei lhe desse três jantares primeiramente.
O Rei mandou pôr uma mesa com bastantes iguarias, e os criados do palácio começaram a servir o adivinhão.
Assim que o João Grilo acabou de comer o primeiro jantar, pôs-se a tocar rufo com o garfo e a faca no prato, dizendo muito contente:
- O primeiro já cá está! O primeiro já cá está! O primeiro já cá está!
Um dos criados que o servira, ouvindo o que o João Grilo dizia, entendeu que era consigo que ele estava a falar, e que ele tinha adivinhado que estava ali um dos ladrões do palácio do Rei.
Ao outro dia o João Grilo comeu um segundo jantar, e tornou a bater com o garfo e a faca no prato cantando:
- O segundo já cá está! O segundo já cá está! O segundo já cá está!
O criado teria pedido a um companheiro que fosse servir o adivinhão, em vez dele e este outro percebendo que estava descoberto, colocou-se de joelhos aos pés do João Grilo, confessando tudo, e dizendo-lhe quem eram os outros companheiros, mas que só ele é que podia fazer com que o Rei lhes perdoasse.
O João Grilo mandou chamar o Rei, e contou-lhe que os ladrões do palácio eram os seus próprios criados.
Com esta descoberta o João Grilo ficou muito considerado na corte e em todo o reino.
O Rei não o quis mais deixar ir embora, e disse que lhe ia propor uma adivinha; se ele soubesse explicar, lhe dava a mão da princesa sua filha em casamento, e se ele não aceitasse ou não adivinhasse o mandava matar.

O João Grilo ficou muito triste, como quem via o fim da sua vida; comeu à mesa com o Rei, no fim do jantar trouxeram-lhe um grilo numa caixinha de prata, ele aflito a pensar que ia morrer disse:
- Pobre grilo onde tu te meteste!
O Rei mandou o criado abrir a caixa e lá estava um pequeno grilo negro.
Depois o Rei mandou cortar a ponta do rabo de uma porca, colocá-la num lindo cofre de oiro, o João Grilo coçou a cabeça, a pensar que desta vez é que ele não escapava da morte e muito aflito disse:
- Agora é que a porca torce o rabo!
O criado abriu a o cofre e lá estava todo enrolado o rabo da porca.
O Rei ficou muito admirado de ele ter adivinhado tudo o que ele lhe tinha proposto, e cumpriu a palavra, dando-lhe a Princesa sua filha em casamento.
Foi o que ganhou o João Grilo, deixando de ser carvoeiro para ser adivinhão.



        




   O carvoeiro

Carvão, bolas e carqueja,
Carro tosco e uma balança!
A ninguém causava inveja…
Pó preto… cheio d’esperança!


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Contos ao Sarão/ O Lobo a Porca e os Porquinhos

Contos ao Serão















O Lobo a Porca e os Porquinhos

Era uma vez uma porca que estava com os seus filhos porquinhos, perto de um moinho movido a água, que nesse momento estava parado, porque a água tinha sido desviada da sua entrada porque o moleiro estava a dormir a sesta, quando apareceu sem saber de onde, um lobo faminto.
Então o lobo disse à porca:
- Vou-te comer e depois como os teus filhotes.
- Ela retorquiu-lhe.
- Não me comas já, vai lá para baixo para o local de onde sai a água, que eu atiro-te com um dos meus filhinhos de cada vez, e tu quando tiveres a barriga cheia, deixas-me ir embora com os outros que sobrarem.
 O lobo armado em espertalhão assim fez.
Mal ele se pôs em cima da roda do rabião, que fazia parte da engrenagem exterior que quando lá caía a água que entrava por um canal estreito existente na parte superior do moinho e quando rodava, fazia as mós de dentro do moinho rodarem cada uma em seu sentido e assim moer o grão que ia caindo devagarinho.
Enquanto que o lobo subia descia até à parte mais baixa do moinho por onde saía a água e onde estava o rabião, a porca e os porquinhos fossaram com toda a força a terra do rego da água que a desviava do moinho, quando o lobo gritou:
- Já cá estou, podes atirar-me o primeiro!
De repente a água entrou tão depressa para o moinho que a roda do rabião começou a rodar com tanta força que o lobo assustado começou a gritar.
- Pára rabião, pára rabião!
O moleiro ouviu tanto barulho que se levantou depressa e foi ver o que se passava.
Então desligou a água, e ajudou a porca e os porquinhos a salvarem-se do apetite do lobo que ao ver com uma pá na mão fugiu para longe e nunca mais voltou à aldeia.

Perlim, perlim, perlim pim, pim!
A história chegou ao fim.

O Touro Azul/ Contos ao Serão

“Touro Azul”/ Contos ao Serão





É um conto infantil, sobre uma Menina e um Touro que percorrem o mundo em busca da felicidade.

“O TOURO AZUL "

Era uma vez um rei e uma rainha, que tinham cada qual uma filha. Como eram ambos viúvos, resolveram casar-se um com o outro, e assim fizeram.
A filha do rei chamava-se Coralina, e era tão formosa e boa, quanto a filha da rainha era feia e má.
Entregava-se muito o rei ao exercício da caça, e enquanto por lá andava, era a filha que o representava, sendo por isso o ídolo dos grandes do reino.
A madrasta ardia em ciúmes por esta preferência, e jurou em sua alma vingar-se da filha do marido. Nesse intento, uma vez em que o marido teve que se ausentar, a madrasta ordenou à enteada que fosse guardar um touro azul que o pai comprara, e era muito bravo.
A boa menina, toda transida de medo, cumpriu as ordens da madrasta, recebendo desta uma pobre refeição para todo o dia. Mas, ao contrário do que esperava, o touro não só não era bravo, como a olhava com um olhar muito meigo. No dia seguinte, voltou a menina para o prado, e quando se dirigiu para o touro, este ajoelhou diante dela e disse:
- Tira um guardanapo que tenho dentro da orelha esquerda e estende-o no chão, que logo te aparecerá toda a comida e bebida que quiseres.
A princesa fez o que o touro lhe ordenou, e logo mãos invisíveis lhe serviam um delicioso banquete, com os melhores manjares e licores, tudo em pratos e copos de ouro.
No fim, Coralina tornou a meter o guardanapo na orelha do touro, que em seguida se retirou, depois de ajoelhar novamente.
E assim se passaram alguns dias. Pasmada a rainha de que o touro não atentasse contra a enteada, ordenou a um pajem que espreitasse o touro e a princesa. Escondido atrás de uma moita de azevinho, o pajem em breve se certificou de toda a verdade, e tudo comunicou à rainha.
Entretanto voltou o rei, e a rainha meteu-se na cama e fingiu-se doente, declarando que só lhe apetecia um bife de carne de um touro azul.
Em todo aquele reino só havia um touro azul, que era o protector e amigo da princesa.
Coralina ficou muito aflita quando ouviu aquela notícia e ao dar a meia-noite saiu do palácio sem ninguém a ver, e foi prevenir o touro azul. - Já sei o que vens aqui fazer - disse o touro azul.
- A rainha quer que me matem, foge comigo, porque ela também te quer matar a ti.
A princesa saltou para as costas do touro azul, e fugiram os dois por montes e vales. Depois de terem andado toda a noite e todo o dia seguinte, disse o touro:
- Agora vamos entrar num bosque em que as árvores são todas de cobre, guardado ciosamente por um feiticeiro de três cabeças. Tem cuidado para não deixares cair nenhuma folha, porque se fizeres cair alguma folha, estamos perdidos!
E seguiram com a maior precaução. Coralina baixava a cabeça, inclinando-se e desviando os ramos com as mãos. Mas o bosque tornou-se tão cerrado, que a princesa arrancou sem querer uma folha, e ficou com ela na mão.
- Agora tenho que lutar com o feiticeiro - disse o touro azul. - Mas, já que arrancaste a folha, guarda-a no teu avental.
A princesa assim o fez, e quase ao mesmo tempo apareceu o feiticeiro das três cabeças, e começou a lutar com o touro. A luta durou um dia inteiro, e por fim o touro azul matou o feiticeiro das três cabeças, mas ficou também muito ferido.
- Tira um frasquinho que o feiticeiro tem pendurado à cintura e deita-me sobre as feridas o óleo que está lá dentro - disse o touro azul.
A menina assim fez, e o touro ficou completamente curado. Depois de caminharem alguns dias, chegaram a outro bosque onde as árvores eram todas de prata. E o touro azul fez a mesma recomendação à princesa:
- Não toques em nada. Este bosque é guardado por um feiticeiro de seis cabeças, tão feroz como o primeiro.
- Fica descansado - prometeu a menina. Mas o bosque tornou-se logo tão cerrado, que a princesa, ao desviar um galho, arrancou uma folha.
- Guarda-a no teu avental - disse o touro. E no mesmo instante apareceu o feiticeiro das seis cabeças. Depois de uma luta que durou todo o dia, o touro acabou por matar o feiticeiro, mas ficou muito ferido, e foi curado com óleo de um frasquinho que o feiticeiro tinha pendurado à cintura.
Mais adiante encontraram outro bosque em que as árvores eram todas de ouro. O touro azul tornou a recomendar à princesa que não tocasse em nada, mas, por mais cuidado que tivesse, a princesa Coralina arrancou sem querer uma maçã de ouro.
- Guarda a maçã de ouro no teu avental - disse o touro, e no mesmo instante apareceu um feiticeiro de nove cabeças, que guardava aquele bosque. Novamente o touro azul teve que entrar numa luta, que durou todo o dia, e acabou por matar o feiticeiro, mas ficou também muito ferido.
- Deita-me nas feridas o óleo do frasco que o feiticeiro tem pendurado à cintura, e tira-lhe a faca do mato que ele tem na mão.
A menina assim fez, e o touro azul ficou logo curado.
Continuaram a viagem, a menina sempre montada no touro, até que chegaram a um descampado.
- O que vês acolá? - Perguntou o touro azul.
- Vejo uma casa muito pequenina - Respondeu a princesa Coralina.
- Não é uma casa, é um palácio - Explicou o touro azul.
- Parece-te pequeno, porque ainda está muito longe.
Continuaram a caminhar, até que chegaram perto de uma alameda que tinha uma entrada em abóbada, formada por grandes rochedos. E o touro disse então:
- Ali vive uma rainha com o filho. É para lá que tu vais. Agora farás o seguinte:
- Com a faca de mato que tiraste ao feiticeiro das nove cabeças, mata-me, arranca-me a pele e guarda nela as folhas de cobre e de prata e a maçã de ouro, e vai meter tudo debaixo daquela rocha.
Volta-te para a direita e verás um vestido feito de madeira que vestirás por cima do teu.
À esquerda está um cajado. Quando precisares de qualquer coisa, bate três vezes com o cajado na rocha, e aparece-te logo o que pedires. No palácio hão-de perguntar-te o nome. Diz-lho, mas não contes que és filha de um rei, nem que vieste com o touro azul.
Bem contra a sua vontade, Coralina matou o touro azul, tirou-lhe a pele, e fez tudo o que ele disse. Depois foi bater à porta do palácio e ofereceu-se para criada. Mandaram-na para a cozinha, e como a viram tão suja, puseram-lhe a alcunha de Maria-Suja.
Daí a dias o príncipe pediu um jarro com água, e mandaram a Coralina levar-lho ao quarto, mas como o vestido era de madeira, fez tanto barulho a bater pelas escadas acima, que o príncipe veio à porta do quarto e disse:
- Não tinham mais por quem mandar o jarro com água, senão pela Maria-Suja!... - E atirou com o jarro da água ao chão.
Nesse mesmo dia, que era domingo, havia uma festa e um baile, onde ia a filha da madrasta, para ir dançar com o Príncipe. Pediu Coralina que a levassem ao baile, mas as criadas diziam que a menina que não ia, porque estava muito sujinha e não tinha roupa para levar ao baile, por isso não a levaram.
Ela foi sozinha, primeiro ao lugar onde tinha enterrado a folha de cobre, a de prata e a maçã de ouro, embrulhadas na pele do touro azul. Pegou no cajado e bateu três vezes com ele na rocha, que se abriu imediatamente, apareceu-lhe um vestido muito lindo e um cavalo com umas lindas rédeas, e a menina foi para o baile.
E, quando lá entrou, o Príncipe ficou admirado com aquela menina e só dançou com ela, e a filha da madrasta ficou muito furiosa e a madrasta também ficou bastante furiosa.
E depois, passados mais dias, houve outra festa e a menina foi outra vez bater no rochedo, outro vestido ainda muito mais bonito, debruado em prata, e as rédeas do cavalo também em prata,a menina foi outra vez ao baile e o Príncipe só dançou com ela; a madrasta e a filha ficaram muito revoltadas. E, na última vez que foi a outro baile, a menina foi com a varinha e bateu no rochedo e apareceu-lhe um vestido muito mais bonito, debruado em ouro, e as rédeas do cavalo em ouro. E ouviu uma voz que lhe disse:
— Não deixes passar da meia-noite. Volta para casa antes da meia-noite.
Depois, a rapariga foi e o Príncipe só dançou com ela e não dançava com mais ninguém e as outras raparigas, cada vez elas ficavam mais furiosas. E já, era quase meia-noite. E a rapariga andou dançando com o Príncipe e ele perguntou-lhe donde é que ela era. E ela disse:
— Sou do sítio das toalhas, sou do sítio do jarro da água — Falando, falando — Sou do sítio das toalhas — Falando, falando — Sou do sítio dos pentes.
E andavam distraídos a falar e era quase meia-noite; a rapariguinha fugiu e deixou o sapato que o Príncipe apanhou e levou-o para casa. Depois, correu toda a cidade, a ver de quem o sapato era,e o sapato não servia a ninguém. E foi calçar na filha da madrasta, que dizia que era dela, mas tinha já o pé em sangue. E, depois, um passarinho poisou no parapeito da janela e disse:
— Tem sangue no pezinho. Tem sangue no pezinho.
Foram ver e estava o pé cheio de sangue, e então só faltava calçar na criada, na pobrezinha. E as outras diziam:
— Ah! Não vale a pena nela! Não vale a pena calçar nela.
E sempre foi experimentar o sapato,e assim que calçou o sapato, apareceu todo o vestuário com que ela apareceu no baile a dançar.
O Príncipe ficou muito feliz por encontrar a sua Princesa, casou logo com ela, e foram felizes para sempre...
Imagens retiradas de:

Poema do dia

Poema do dia


Na varanda sentada
a olhar o horizonte
e a riqueza sonhada
é a água fresca da fonte

Vai buscar água à fonte
com o jarro na mão
vê lá no cimo do monte
um enorme clarão

É o sol que já nascia
que ilumina o belo dia
nem um raio se perdeu
na noite escura do céu

26/06/2017

Pensamento do dia

Pensamento do dia


Justiça, igualdade
onde pára a justiça
e a igualdade
agora ela é precisa
não basta ter amizade.
há que ser imparcial
tratar todos por igual
basta de proteção
para gerar desunião
pois isso é que está mal.
Quando um superior
não se sabe impor
ou muito simplesmente
o faz de modo pensado
o caso está agravado
seja de que modo for
não pode por a amizade
à frente da igualdade
não exigir lealdade
quando faltar à verdade
e fazer a manipulação
onde só conta o coração
esquecendo a justiça
e também a igualdade.
É preciso ter esperança
num mundo novo
onde os valores da humanidade
não passem de uma lembrança
um é a liberdade
outro a igualdade
e a fraternidade
não pode ser esquecida
pois estes valores
fazem parte da minha vida
também a amizade
e o companheirismo
não pode ser um eufemismo
tem que ser a realidade.


22/06/2017