terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Voluntariado dos professores aposentados

Foi em discordância com o Ministério da Educação que muitos professores se aposentaram, agora depois de tantas lutas, manifestações, greves, os professores regressavam à escola para trabalharem sem receberem os dividendos merecidos pelo seu trabalho, ainda ocupando um lugar que deve ser ocupado pelos jovens professores desempregados, não é justo nem legítimo.
Eu não concordo que eles voltem, devem isso sim, viverem uma vida sem preocupações de horários, de problemas que todos os dias tiveram que enfrentar durante a sua docência.
Vivam uma vida com qualidade, passeiem, façam desporto e gozem a vossa tão merecida reforma.

São Roxo

Voluntariado

Fenprof acusa Governo de querer usar reformados para garantir funcionamento das escolas
Por Margarida Davim
Maria de Lurdes Rodrigues quer pôr docentes reformados nas escolas, em salas de estudo e bibliotecas ou em projectos de integração com a comunidade. Mas, para a Federação Nacional de Professores (Fenprof) esta é uma «medida economicista» que pode atirar jovens professores para o desemprego
O projecto de despacho enviado pelo secretário de Estado, Jorge Pedreira, ao Conselho das Escolas prevê que os estabelecimentos de ensino possam recrutar professores reformados para prestarem serviços de voluntariado.
A ideia passa por envolver docentes «de livre vontade, sem remuneração, numa prática privilegiada de realização pessoal e social», em trabalhos como o acompanhamento dos alunos das bibliotecas e salas de estudo, assim como na realização de projectos de aproximação da escola ao meio e na dinamização de actividades extra-curriculares.
Mas, para a Federação Nacional de Professores (Fenprof) trata-se de uma forma de pôr reformados a desempenhar tarefas que «deveriam ser da responsabilidade de professores no activo».
O sindicato acusa Maria de Lurdes Rodrigues de não dar às escolas a possibilidade de contratar docentes para manter o seu normal funcionamento. E acusa o Ministério da Educação de, «em vez de criar as indispensáveis condições às escolas», querer «através do trabalho gratuito dos docentes aposentados substituir aqueles que nelas deveriam ser colocados».
Para a Fenprof, esta medida poderá mesmo «remeter para o desemprego jovens professores que tanto têm para dar e tão necessários são às escolas portuguesas».
Apesar das críticas ao projecto de despacho que classificam de «economicista», os sindicalistas não acreditam no sucesso da medida proposta pelo Ministério.
«Não é de crer que este voluntariado consiga muitos adeptos» , comenta a Fenprof em comunicado, acrescentando que é precisamente «a natureza e o rumo da política educativa» de Maria de Lurdes Rodrigues que tem estado na origem «do afastamento de muitos professores das escolas», através da aposentação antecipada .

margarida.davim@sol.pt

Nenhum professor no activo poderá ser substituído por voluntários

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, reiterou hoje que nenhum professor no activo poderá ser substituído por voluntários eventualmente recrutados entre os reformados
«Em caso nenhum é para substituir o emprego docente, mas sim para complementar esse trabalho», afirmou Valter Lemos à margem da audição parlamentar da Comissão de Educação e Ciência sobre «Qualificação».
O secretário de Estado reagia assim à opinião de sindicalistas, que consideram «imoral» e «ofensiva» a proposta governamental de recorrer ao voluntariado de professores aposentados numa altura em que «há milhares de desempregados».
Valter Lemos disse ainda estranhar a manchete do Diário de Notícias de hoje - «Professores reformados recusam proposta para voltar às escolas» - explicando que a medida corresponde a uma proposta de um grupo de professores que está a ser estudada pelo Ministério da Educação.
Nesse contexto, frisou, foi pedido ao Conselho das Escolas que se pronunciasse sobre essa proposta, aguardando-se agora o seu parecer.
Valter Lemos sublinhou que «nunca estará em causa a substituição de professores no activo, mas sim a execução de tarefas suplementares no âmbito da lei do voluntariado tal como já existe nos hospitais».
Explicou ainda que esses voluntários nunca seriam recrutados pelo Estado, mas sim pelas próprias escolas, como acontece nos hospitais.
Essas pessoas desempenhariam tarefas complementares, como visitas de estudo, apoio às bibliotecas, reuniões de pais, festas e outras actividades, especificou Valter Lemos.
Segundo o governante, há uma vontade de apostar no voluntariado social tal como acontece em todas as sociedades modernas.
Já na segunda-feira, Valter Lemos garantira à Lusa que o recrutamente de professores não será afectado pela existência de um regime de voluntariado aberto aos reformados, lembrando que nenhum docente é «expressamente contratado» para as funções que os aposentados possam vir a desempenhar.
Também na segunda-feira, a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) criticou a intenção do Governo, afirmando que aquelas actividades «deveriam ser da responsabilidade dos professores no activo», com os quais, no entanto, as escolas «não podem contar». Por outro lado, afirmou que a medida «economicista» poderá «remeter para o desemprego jovens professores».

Lusa / SOL

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