sexta-feira, 1 de maio de 2009

Manifestação do 1º de Maio
Agredido por ser ex-militante do PCP, diz Vital
por "Lusa"

O cabeça de lista do PS às eleições europeias, Vital Moreira, considerou hoje que a agressão de que foi alvo no desfile do 1º de Maio da CGTP-IN foi motivada por ter sido antigo militante do PCP.
"Verificou-se uma clara animosidade conflitual contra um antigo militante do PCP, que não enjeita o seu percurso político, mas que também não renuncia à circunstância de ter saído de um partido quando achou que não era o sítio correcto para militar politicamente", declarou o cabeça de lista do PS às eleições europeias.
Vital Moreira foi insultado e agredido por manifestantes que participaram no desfile da CGTP, para assinalar o 1º de Maio.
Falando no final do desfile da UGT do 1º de Maio, o constitucionalista disse que, apesar dos insultos e das agressões de que foi alvo, sentiu-se "sempre sereno e calmo, mas também revoltado" com os incidentes.
"Esses desacatos dirigiram-se a mim pessoalmente, quando eu estava integrado numa delegação do PS, que tinha acabado de cumprimentar a direcção da CGTP-IN. A leitura política é óbvia: infelizmente há pessoas que trinta e tal anos depois do 25 de Abril ainda não perceberam o valor da tolerância democrática. Há um sindicalismo radical e extremista que ali se manifestou", acusou o constitucionalista da Universidade de Coimbra e antigo dirigente e deputado do PCP.
Nas declarações que fez aos jornalistas, Vital Moreira referiu-se ao seu passado político de opositor do regime do Estado Novo.
"Nasci politicamente a comemorar clandestinamente o 1º de Maio. Portanto só posso repudiar estes desacatos de que fui alvo. Há uma ala radical política, partidária e sindical. Penso que é óbvia a identificação das pessoas com um determinado partido. Não foi por acaso que fui eu o alvo", disse, numa alusão implícita ao PCP.
Para Vital Moreira, "há partidos que julgam que são proprietários das pessoas, mesmo depois de elas terem saído há 20 anos".
O cabeça de lista do PS às europeias fez ainda questão de recusar ser caracterizado como um político "ex-PCP".
"Eu não sou ex-PCP, porque não saí ontem, nem há um ano, nem há dez desse partido. Saí do PCP há 20 anos. Essa ideia de ex-PCP é mal aplicada à situação", considerou.

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