quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Delírios de Verão

Frase – Num lindo dia de verão, corre uma leve brisa, faz bater o coração, pois tem tudo o que precisa…

Delírios de Verão
 I
Sentada debaixo do chapéu-de-sol,
Naquele lindo dia de verão,
Estendi os olhos pelo areal,
Vi uma menina, de balde na mão,
Apanhou uma concha, muito pequenina,
Que brilha ao sol, na sua mãozinha.
Lá longe apareceu, um velho casal,
A passear, com a mão, na mão,
Percorrendo a praia, de lés- a- lés,
Demonstrando ainda, a sua paixão,
E com as ondas, a bater-lhes nos pés.
Isto tudo logo, de manhãzinha
Eu nem sei o que me parecia,
Era como se a praia, fosse o paraíso,
Com aquele seu cheiro a maresia,
Onde alguns perdem o juízo.
Que o diga aquele jovem casal,
Que brinca alegre, com os seus filhinhos,
Vou dar um mergulho naquele lindo mar,
Que de manhã tem cheiro a maresia,
Apanho uma concha e fico a pensar,
Como é lindo o nascer do dia!...
Vejo aquele casal de namorados,
Que até já se esqueceram do sol,
E se beijam muito apaixonados,
Ali no areal deitados.
Lá longe canta um rouxinol,
E eu olho, lá mais para diante,
Onde os pequenos, fazem um castelo de areia,
Mesmo já com o sol escaldante,
Continuam brincando, daquela maneira.
A maré já começou a encher
E aquelas enormes ondas de espuma
Enrolam-se na praia, uma, a uma...
Agora que já está a entardecer.
Como foi quente este dia de verão!
Já vou arrumar o meu material,
Tudo o que vi, encheu o meu coração,
Naquele imenso e lindo areal...


 Delírios de Verão

 II

Naquele dia de estio,
No coração, senti um vazio,
Na alma um peso, uma dor,
Pensava que por mim sentias amor...
Mas não passaste de um traidor,
 E as tuas juras de afeição,
Eram falsas, e sem brio,
Não mereces o meu perdão.
Partiste o meu coração,
Destruis-te a minha vida,
Pensava que te era querida,
Estava cega e surda,
É assim que a vida muda,
Sem que a gente esteja à espera.
Eu acreditava numa quimera,
Mas a triste realidade,
Fez-me ver só a verdade.
Tive que pôr os pés no chão,
Ficou negro o meu coração,
E de preto me vesti,
Para os nossos filhos vivi,
Mas conforme envelheci,
Depois de tudo o que passei.
A minha vida de verdade,
Deixou-me muita saudade,
Da minha querida mocidade,
Que contido desperdicei...
  
Delírios de Verão

III
Na minha lambreta
Eu vou para todo o lado
Mas como a via é estreita
Espero não cair para a valeta
Mas se por acaso cair
Quero levantar-me depressa
Depois de sacudir a poeira
Vejo alguém naquela eira
Está com o rodo na mão
A espalhar bem o grão
Para secar ao lindo sol
Que depois vai a moer
Mais tarde fazer o pão
Para ir vender na feira
Que é muito tradicional
Agora vou-me deixar de treta
E também para a qual
Vou montada na lambreta


Delírios de Verão

IV
Gosto muito do verão
Cheiinho de claridade
Mas quando ele se vai
Fico cheia de saudades…

Gosto de ir à praia
E gosto da areia dourada
Mas com as ondas do mar
Fico muito apavorada

Gosto de ir para o campo
Passear lá na aldeia
Gosto do nosso povo
Que é gente à maneira

No verão, gosto do sossego
Com cheiro de frutas maduras
Cheira a maçã e a pêssego
Cheira a ameixas e a uvas…

13 de Abril de 2020
Maria da Conceição Saraiva Roxo Orvalho

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