“Lá Onde o Vento Mora”
ou
“O Vento conhece o Meu Nome”
O vento conhece o meu nome,
desde que era pequenina.
De noite, ouvia-o chorar,
batendo forte nas telhas do telhado, nos vidros das janelas e entrava gelado,
por baixo da velha porta de madeira de nogueira, trancada com um velho
ferrolho, que fazia um barulho infernal, ao passar do vento norte.
No inverno, às vezes, trazia
grandes flocos de neve, que se iam acumulando nas ruas, em cima das árvores e
nos telhados das casas de granito da minha aldeia.
Quando acordávamos de manhã, a
paisagem tinha mudado, em vez do laranja ou castanho dos telhados e do verde
das árvores, apresentava-se-nos um manto branco de neve, que cobria tudo.
Nesses dias, não havia aulas,
a escola fechava por causa do frio e da dificuldade de deslocação das crianças,
principalmente das que moravam longe da aldeia, nas diversas quintas espalhadas
pelo vale de Aguiar, e por outros locais, alguns a mais de 3km de distância,
com fracos acessos, eram caminhos de terra, onde a neve se acumulava por mais
de 1 metro de altura.
Assim permanecia por uma ou
duas semanas, se, entretanto, não chovesse e ajudasse a derreter a neve.
As crianças aproveitavam então
esses dias para brincarem na rua, fazendo grandes bonecos de neve e atirando
bolas de neve uns aos outros, eram uma enorme diversão, que nem se sentia o
vento nem o frio, apesar de serem intensos.
Eram dias de grande
felicidade, que recordo com muita saudade!
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