Lírios Roxos
Na charneca do meu ser
São venturas, desventuras
Que ando na vida a colher.
Lírios Roxos que despontam
Entre tojos, pinhal fora,
Manchas de sangue pisado
Na minha alma sofredora.
Cheira a erva, a rosmaninho,
Cobrem estevas os montes,
Sopra leve a brisa fresca,
Vem de longes horizontes.
Gralha o corvo; canta o melro;
Escondido, pia o mocho...
entre trevos e macela
Surge altivo o lírio roxo.
Tem o pé direito e firme
impossível de vergar...
Sofre, por isso, na cor
As mágoas do seu pesar.
Lírio roxo é altivez
Que resiste ao sol, ao vento,
Mas na cor roxa que tem
Tem a cor do sofrimento
De:
Solos de Harpa
Pinho Neno
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