sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Vazio

Vazio


Trago comigo todos os cansaços
Dos destroços do mundo sobre os ombros
Sem emoção desfolho nos escombros
Os lírios que murcharam nos meus braços.

Meus olhos já sem cor meus olhos lassos
Sem vestígios de trágicos assombros
Contemplam no crepúsculo pelos combros
Meu sonho de cristal feito em pedaços.

Sombras à minha volta em falsa calma
São saudades de roxo penitentes
Em braçadas perdidas na minh’alma.

Minh’alma que sem ti vestiu burel
E lembra na tristeza dos poentes
Estátua truncada a golpes de cinzel.


(Ventos de Solidão)
Manuela Dias leitão

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