sábado, 4 de outubro de 2014

A Menina das Sardas


A Menina das Sardas
Era uma vez uma menina chamada Maria da Conceição, cujo nome é uma homenagem à Santa Padroeira da Vila, com o rosto preenchido por pequenas pintinhas castanhas”sardas”, loira com um tom arruivado, gordinha e bem disposta, era a alegria da sua grande família.
Nasceu numa quinta agrícola perto de a pequena aldeia de Nozedo, situada em Trás-os-Montes.


Foi a quinta filha de um pobre casal de agricultores, que tiveram oito filhos, seis raparigas e dois rapazes, que lhes deram treze netos e nove bisnetos, com mais um a caminho, deram-lhes também muitas alegrias e algumas tristezas.
Este humilde casal criou os seus filhos com bastantes dificuldades, trabalharam muito para os sustentarem enquanto eram pequenos.
A quinta era pertença de uma família abastada da região, cujo dono o Dr.G.C.que fora Presidente da Câmara Municipal durante vários anos, antes do 25 de Abril de 1974, a quem o povo venerava, quando ele passava na rua os munícipes tiravam o chapéu e faziam uma vénia em sinal de respeito e ele estendia logo a mão para o cumprimentar, fosse pobre ou rico.
Ele e sua mulher Dra. Celestinha, eram os padrinhos de baptismo desta menina, a quem ela tinha grande afecto, e às suas duas lindas filhas.
A menina Tilinha a mais velha, era muito bonita, pequena de cabelo curto ondulado e escuro, voz muito bonita como a mãe, e a menina Virinha,era alta esguia de cabelo muito comprido loiro, muito liso, rosto branco e lindos olhos verdes como o pai, eram idolatradas pela Sãozinha, como a tratavam em casa dos padrinhos.
Depois da revolução de Abril, o povo prestou-lhe homenagem dando o seu nome ao pavilhão desportivo da vila.






Quando a menina das sardas tinha mais ou menos três anos, e depois de um acidente em que morreu enforcada uma vaca na manjedoura da quinta, a família toda mudou-se para a aldeia de Cidadelha, terra natal a mãe da menina, para uma grande casa alugada, cuja renda era de 100$00 por mês, o que era bastante para a década de sessenta.
A menina de quem vamos falar era muita viva, alegre, inteligente e muito sonhadora.

Pelo menos uma vez por ano, no Domingo de Ramos, ela, com a sua irmã Vira, acompanhadas pela irmã mais velha a Lena, faziam uma visita ao lindo palacete onde viviam os padrinhos, onde conviviam com as suas filhas, cuja madrinha lhes dava de folar de Páscoa, uma peça de tecido para fazerem uns vestidos ou uns fatos de saia e casaco, o que para aquela época era um grande luxo e que estriavam em Setembro, durante a festa anual em honra de S. Sebastião.












Continua...
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