sexta-feira, 3 de outubro de 2014

São José em quadro de Guido Reni
Segundo a tradição, José foi designado por Deus para casar com a jovem Maria, mãe de Jesus, que era uma das consagradas do Templo de Jerusalém, e passou a morar com ela e com a sua família em Nazaré, uma localidade da Galileia. Segundo a Bíblia, era carpinteiro de profissão, ofício que teria ensinado ao seu filho.
O Evangelho de Lucas conta que o Imperador Augusto ordenou um recenseamento em todo o Império Romano, que na época incluía a Galileia, e a jovem Maria e o seu esposo José dirigiram-se a Belém, por ser esta a terra dele. Nessa época reinava na Judeia Herodes o Grande, que ficou para a história popular pela sua crueldade.
Nesta viagem a Belém, Maria deu à luz Jesus numa manjedoura ou estábulo, pois não encontraram outro local para se hospedarem. O tirano Herodes, entretanto, decidiu mandar matar as crianças da região até uma certa idade, por ter ouvido dizer que em Belém tinha nascido o Cristo (o Messias), futuro rei dos Judeus. O Evangelho de Mateus refere que Deus, igualmente em sonho, disse a José que devia fugir para o Egipto. Assim, apenas nascido, Jesus já era um exilado, juntamente com os seus pais.
Posteriormente, tendo Herodes morrido, um anjo de Deus, mais uma vez em sonhos, aparece a José e orienta-o para que regressem à terra de Israel "porque já morreram os que atentavam contra a vida do menino". Ao regressar, tendo ouvido que Arquelau (Herodes Arquelau) reinava na Judeia após a morte do seu pai Herodes, temeu ir para lá e, prevenido de novo em sonhos por uma advertência divina, retirou-se para a região da Galileia, voltando a família a residir em Nazaré.
O papel de José no Novo Testamento
O lugar que José ocupa no Novo Testamento é discreto: está totalmente em função de Cristo e não por si mesmo. José é um homem silencioso, e pouco aparece na Bíblia. Não se sabe a data aproximada da sua morte, mas ela é presumida como anterior ao início da vida pública de Jesus. Quando este tinha doze anos, de acordo com o Evangelho de Lucas (cap. 2), José ainda era vivo, sendo que em todos os anos a família ia anualmente a Jerusalém para a festa da Páscoa. Na Páscoa desse ano, "o menino Jesus permaneceu em Jerusalém sem que seus pais soubessem", e estes "passaram a procurá-lo entre os parentes e os conhecidos" até que, por fim, o reencontraram no Templo da Cidade Santa "sentado entre os mestres, ouvindo-os e interrogando-os, os quais se admiravam da sua inteligência e das suas respostas". "Logo que seus pais o viram, ficaram maravilhados" e Maria disse-lhe: "Teu pai e eu, aflitos, estamos à tua procura", sendo essa a última vez que José é referido como estando vivo.
(Sapo)

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